sexta-feira, 25 de novembro de 2011

REDE 2 DE OUTUBRO - Pelo fim dos massacres

2 de outubro de 1992: uma pequena desavença entre presidiários do pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru se transforma em uma rebelião desprovida de viés reivindicativo ou de fuga. Apesar disso, o Governo estadual da época determinou a invasão da Casa de Detenção por centenas de policiais militares que exterminaram a sangue frio 111 pessoas desarmadas e desesperadas. Foi a maior chacina da história do sistema penitenciário brasileiro.

Passadas quase duas décadas dessa “página infeliz de nossa história”, os tijolos da Casa de Detenção foram deitados ao chão e, no seu lugar, foi erigido o sugestivo Parque da Juventude. Todavia, a construção de um parque para a juventude no lugar de uma unidade de aprisionamento da juventude não significou, infelizmente, qualquer mudança na política criminal do Estado: após todos esses anos, ninguém foi responsabilizado pelos 111 assassinatos!

Pior: ainda hoje, divisamos jovens, em regra pobres e negros, sendo perseguidos pelo aparato repressor estatal. Quando conseguem driblar a morte, caem na vala imunda e cada vez mais superlotada do sistema carcerário (de 1992 para cá, a população prisional cresceu mais de 400% contra pouco mais de 27% de crescimento da população brasileira).

Diante desse quadro desafiador, diversos movimentos e entidades da sociedade civil organizada uniram-se no âmbito da REDE 2 DE OUTUBRO, cujas atividades tiveram início com o bonito ato realizado no Parque da Juventude no dia 02.10.2011.

A REDE 2 DE OUTUBRO canalizará as suas ações na luta pela responsabilização do Estado e de seus agentes pelo Massacre do Carandiru (e por todos os outros massacres antecedentes e consequentes) e no aprofundamento do debate sobre segurança pública e cidadania, pautando-se, especialmente, pela crítica ao encarceramento em massa e à constante violência estatal praticada contra as camadas mais vulneráveis da sociedade.

Convidamos a tod@s que estão dispost@s a perpetuar a memória daqueles que tombaram pelas mãos violentas do Estado e a construir políticas de segurança pública efetivamente democráticas e cidadãs a se somarem nessa caminhada!

Rede 2 de Outubro