“Fórum pelo fim dos massacres” critica Estado
militarizado e violência na periferia
Debate trouxe
à tona recente aumento de violência por parte da polícia e infiltração de
militares na administração pública
Durante o último sábado
(25), no bairro do Belém, zona leste de São Paulo, o “Fórum pelo fim dos
massacres” discutiu a violência nas periferias e a atual situação do sistema
penitenciário, bem como a atuação do Judiciário e suas consequências para os
mais pobres. Relatos de casos de omissão do poder público e de utilização da
máquina estatal para intimidar a população periférica foram a tônica do
encontro.
A militante da Rede 2 de
outubro Carol Catini lembrou que “hoje temos 30 coronéis no comando das 31 subprefeituras
de São Paulo. Essas subprefeituras não cumprem mais seu papel de dialogar com a
comunidade, são apenas um amontoado de repressão e burocracia.” Para Carol,
moradora do zona sul, a “principal política do Estado para as periferias é a
violência”.
O padre Valdir Silveira, da
Pastoral Carcerária, apresentou dados estatísticos sobre a condição dos presos
no Brasil. “Mais de três mil homens morreram em penitenciárias desde 1999”, alertou o
padre, que acredita que o preso é afetado, nas prisões, para além do aspecto
físico. “Uma pessoa, quando é presa no Brasil, aprende que dali para frente terá
sua identidade anulada e será submisso a quem lhe oprime.”
Conforme mostrado na edição 113
da Revista Fórum, que está nas bancas, o número de presos provisórios, no
Brasil, atingiu índices altíssimos, mais de 40% da população carcerária. Esse
dado foi lembrado pelo juiz Roberto Luiz Corcioli Filho, membro da Associação
Juiízes para a Democracia, que aproveitou e teceu críticas ao Estado. “Nosso
sistema prisional só é eficiente para uma sociedade excludente como a nossa.”
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