terça-feira, 30 de setembro de 2014

NOSSOS MORTOS TÊM VOZ: MEMÓRIA DE 22 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU

Dois de outubro de 1992: após uma pequena desavença entre presidiários do pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru se transformar em uma rebelião sem viés reivindicativo ou de fuga, cerca de três centenas de policiais militares invadem a Casa de Detenção do Carandiru e exterminam, a sangue frio, ao menos 111 homens desarmados e rendidos.


A antiga Casa de Detenção foi implodida e, no lugar onde a juventude negra foi massacrada durante décadas, foi erigido o sugestivo Parque da Juventude. A edificação de um parque para a juventude no lugar de uma prisão da juventude não significou, no entanto, qualquer alteração estrutural na política criminal do Estado.

Passados 22 anos, parte dos policiais foi condenada, mas os mandantes do massacre, Fleury e Pedro Campos, seguem intocáveis, ativos e tranquilos em seus respectivos ofícios...O sistema penal que tarda a responsabilizar os policiais envolvidos e livra os mandantes não apenas do Massacre do Carandiru, mas também de todos os demais massacres da nossa história, é o mesmo que serve de moinho de massacrar pobres, condenando, cotidianamente, centenas de jovens pretos e pobres a uma existência sempre sob ameaça de não resistir às condições degradantes dos presídios e fundações casa e aos assédios constantes de agentes prisionais, policiais e juízes, durante e após o cumprimento da pena.
O aprisionamento massivo da juventude negra e a conivência com mandantes e executores dos massacres não são devidos a falhas do sistema penal, mas sim ao seu perfeito funcionamento enquanto estrutura estatal das classes dominantes para gerir e conter as classes dominadas.

Desde o Massacre do Carandiru, nos dois lados dos muros, os massacres contra a juventude negra só fizeram crescer, com a escalada cada vez mais explosiva do encarceramento massivo e dos extermínios policiais.

Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 

O aprisionamento massivo da juventude negra e a conivência com mandantes e executores dos massacres não são devidos a falhas do sistema penal, mas sim ao seu perfeito funcionamento enquanto estrutura estatal das classes dominantes para gerir e conter as classes dominadas.
Desde o Massacre do Carandiru, nos dois lados dos muros, os massacres contra a juventude negra só fizeram crescer, com a escalada cada vez mais explosiva do encarceramento massivo e dos extermínios policiais.

Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 

Desde o Massacre do Carandiru, nos dois lados dos muros, os massacres contra a juventude negra só fizeram crescer, com a escalada cada vez mais explosiva do encarceramento massivo e dos extermínios policiais.
Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 

Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 



Por essas razões, entendemos que a luta contra o Sistema Penal e contra o militarismo é parte inseparável das lutas populares: é da união das demais lutas sociais com a luta daquelas e daqueles que sofrem na pele a violência imposta pelo Estado e pelos ricos que será possível a gente construir outra sociedade, sem massacres, grades e explorações.

Nesse dia, diante desse quadro de terror contra as camadas populares que se reproduz por toda nossa história, relembramos os no mínimo 111 que tombaram em 2 de outubro de 1992 e as tantas outras pessoas violentadas pelas classes dominantes por meio do Estado. É dia também de celebrarmos a resistência daquelas e daqueles que sobrevivem aos massacres cotidianos e ainda encontram forças para lutar.



Pelo fim dos massacres e por uma vida sem grades, somos tod@s negr@s, pres@s, mulheres, indígenas, periféric@s, sem-tetos, sem-terras, trabalhador@s!

Contra o sistema penal, somos tod@s marginalizad@s!


ATO EM MEMÓRIA DOS 22 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU: 02.10.2014 [QUINTA-FEIRA]; CONCENTRAÇÃO ÀS 17HS, NA PRAÇA DA LUZ, EM FRENTE À PINACOTECA.




Organização:

Casa de Cultura Marginal 
Casa Mafalda
Coletivo DAR
Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica
Comitê Popular da Copa
Grupo Tortura Nunca Mais - SP
Instituto Práxis de Direitos Humanos
Mães de Maio
Movimento Moinho Vivo
Movimento Negro Unificado - MNU
Movimento Passe Livre - SP
Pastoral Carcerária
Perifatividade
Periferia Ativa
RAP Pânico Brutal
Rede 2 de Outubro
SAJU Cárcere - FD-USP



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