segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SARAU CONTRA VIOLÊNCIA DO ESTADO + SLAM DO 13 / MANIFESTO-POESIA CONTRA A VIOLÊNCIA DO ESTADO


Mais uma atividade confirmada pra Semana de Lutas contra a Violência do Estado: Na segunda-feira, dia 28 de setembro às 19h, um Sarau no Terminal de Ônibus de Santo Amaro vai juntar mais de uma dezena de coletivos (Sarau da Praga, Sarau Ocuparte, Sarau Comungar, Galochas, Parlendas, Slam do 13, Slam da Resistência, Slam da Guilhermina, Coquetel Motolove, entre outros). Só chegar!


Manifesto-poesia contra a violência do Estado:
o medo que escorre da banca
é o mesmo que lava calçada
a mão que acolhe o ombro
no verso tem coronhada
eu sei que os tempos são outros
que o sonho vermelho ruiu
é porque rimo
que estou na mira do teu fuzil
mas aí
eu não caminho só
manas e manos em sintonia
no ventre nova utopia
da história queremos colar os pedaços
do encontro dos finos rastros
o rosto do novo carrasco
queremos o laço:
trocar o nome das ruas
tirar os coturnos da lua
pôr os massacres em tribunal
sabe,
não pode ser herói
quem um dia foi general
porque o passado volta
quando não se aprende
a cruzar os braços
e cerrar os dentes
não queremos paz!
temos outra palavra
revolta
e organização popular
isso não é só uma preza para os mortos
é um canto de guerra
uma arma subterrânea
que na vida sitiada
entre catracas, enquadros e balas de borracha
rasga
na superfície do dia-a-dia
entre versos e feridas
uma bomba subatômica
uma armadura divina
uma certeza revolucionária
chamada poesia
apesar de todos os Poderosos
apesar de cada lei
de cada esculacho
seguimos
fazemos com nossos gestos
com nossos versos
resistência ativa
deixem os discursos para os palanques
nossa trajetória fazemos com luta
e não com tanques.

Ato em memória aos 23 anos do Massacre do Carandiru - nem redução, nem Fundação: por uma vida sem grades!



Nesse 2 de outubro completam­-se 23 anos do Massacre do Carandiru. Após uma rebelião no pavilhão 9 da penitenciária originada de uma briga entre alguns presos, cerca de trezentos
policiais militares invadiram a casa de detenção do presídio e exterminaram (no mínimo) 111 homens desarmados e rendidos.

O Massacre do Carandiru não é de um caso isolado. A chacina faz parte da política prisional brasileira, a mesma que submete os detentos a condições de vida degradantes e assédio constante dos agentes prisionais, tanto em seus presídios adultos quanto nas Fundações Casa.

Viola­-se os os direitos mais básicos dos encarcerados porque, em sua enorme maioria, são sujeitos que sempre estiveram à margem do processo civilizatório brasileiro: indivíduos jovens, pretos, pobres e periféricos. Nas quebradas de ondem saem nossos presos falta saneamento, falta creche, falta ensino e postos de saúde de qualidade. Esse mesmo Direito Penal que responde com violência aos marginalizados, no entanto, conserva intactos sujeitos como Fleury e Pedro Campos, os mandantes do Massacre do Carandiru.

Nossa política criminal, além de seletiva, é massiva. O Brasil já possui a terceira maior população carcerária do mundo, formada em boa parcela a partir de encarceramentos abusivos e ilegais. Não satisfeitos, setores ligados a indústria do cárcere tentam recrudescer ainda mais leis punitivas e restrivas de direitos, avançando com projetos de redução da maioridade penal e aumento do tempo máximo de internação nas Fundações Casa.

Os diversos massacres, reais e estruturais, não são consequências de falhas do Direito Penal; ao contrário, são o resultado de seu perfeito funcionamento como estrutura repressiva das classes dominantes. Sendo assim, entendemos que a luta contra as grades e massacres é indissociável de todas as demais lutas dos trabalhadores.

Por isso convidamos a todos que lutam por uma vida desmilitarizada, descriminalizada e livre de proprietários e patrões para relembrar nesse 2 de outubro os (ao menos) 111 que tombaram no Massacre do Carandiru e todas as outras vítimas da violência do Estado. Também é um dia para celebrarmos a resistência daqueles que sobrevivem aos massacres codianos e ainda encontram forças para lutar.


ATO EM MEMÓRIA DOS 23 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU: sexta-feira 02/10/2015, concentração no largo São Francisco às 17hs.

Pelo fim dos massacres, somos tod@s negr@s, pres@s, mulheres, indígenas, periféric@s, sem­tetos, sem­terras, trabalhador@s!

Nem redução, nem Fundação: por uma vida sem grades!


ORGANIZAÇÃO:

Rede 2 de outubro

Casa Mafalda

Coletivo Desentorpecendo a Razão

Movimento Passe Livre SP

Projeto Comboio

Pastoral Carcerária

Coletivo de Galochas

Grupo Teatral Parlendas

Coletivo Mopat


ps: Na concentração do ato vamos estampar camisetas com stencil. Por isso, pedimos pra quem estiver afim afim de estampar também levar alguma camiseta clara.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Nenhum/a a Menos - Semana de Lutas contra a Violência do Estado



Já se somam 27 o número de vítimas fatais de um dos piores massacres da história do Estado de São Paulo que ocorreu na noite de quinta-feira do dia 13 de agosto de 2015 em Osasco, Barueri e Itapevi. O caso ainda não foi solucionado mas as evidências levam a crer que os autores foram policiais, que teriam agido em resposta às mortes de um agente e de um guarda civil.

Não se trata de um caso isolado, como é frequente nas declarações de delegados e políticos de alto e baixo escalão, mas de uma prática cada vez mais frequente no Brasil.
Somente em maio de 2006, cerca de 500 jovens foram executados por grupos de extermínio, com forte suspeita de participação de Policiais Militares. Crimes que ainda não foram julgados e cujos autores continuam impunes. Somam-se os inúmeros assassinatos feitos quotidianamente nas quebradas e favelas do Brasil, residência de nossas Cláudias e Amarildos. São lugares onde os holofotes da grande mídia não chegam.

Mas o terrorismo de Estado não é monopólio brasileiro: no México, o desaparecimento de 43 estudantes da cidade de Ayotzinapa em 26 de setembro de 2014 foi resultado de uma ação orquestrada por uma aliança indistinguível de traficantes, policiais e políticos.
A violência, execução e tortura por parte daqueles que supostamente deveriam nos proteger ocorre com forte apoio de parte da população. Os crimes se tornam justiça aos olhos sanguinários daqueles que clamam por violência.

No 2 de outubro completam-se 23 anos do dia em que 111 presos do Carandiru foram executados pela Polícia Militar, numa ação que contou com o apoio do alto nível da direção nacional: criminosos de farda e de terno.

Atualmente, as cadeias já contam com mais de 500.000 pessoas. Em 1990, eram 90 mil. São jovens, pobres e pretos cujos direitos são sistematicamente violados e que agora também são alvos daqueles que querem lucrar com prisões privatizadas. Torturas e maus-tratos também atingem os adolescentes das unidades da Fundação Casa: os mesmos que agora tem o risco de sofrerem medidas ainda mais drásticas com a redução da maioridade penal.

Para efeitos de comparação, somente entre novembro de 2012 e outubro de 2013, foram 6.034 desaparecidas apenas no Rio de Janeiro, de acordo com o Instituto de Segurança Pública. Ao longo de toda a ditadura (1964-1985) foram 339 desaparecidos segundo o Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos.

Todos esses fatos expõem a maneira como parte da população é tratada pelo Estado.
Como carne pronta para o abate, sub-humanos cuja morte não vale nem uma nota no jornal.

Resta a grade, a vala ou a luta.


Por isso, chamamos todxs para compormos a “Semana de Lutas contra a Violência do Estado”, do dia 26 de setembro ao dia 2 de outubro.


nenhumamenos.milharal.org
https://www.facebook.com/Nenhuma-a-Menos-Semana-de-Lutas-contra-a-Viol%C3%AAncia-do-Estado-175338112798769

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Ação de Solidariedade: 1 ano de Ayotzinapa - Vivos os levaram, vivos os queremos!

Nesse 26 de setembro completa 1 ano do desaparecimento dos 43 estudantes mexicanos de Ayotzinapa. Em solidariedade à luta de Ayotzinapa, e a todxs que compartilham da dor, da raiva, e da dignidade dos debaixo contra a violência dos de cima, faremos uma intervenção em São Paulo. 

*Venha de camiseta branca e calça jeans. 

Naquele 26 de setembro de 2014, o Estado mexicano matou 6 pessoas e sequestrou 43 estudantes em Iguala. Se até agora os governos não respondem aonde estão os estudantes, de lá pra cá a mobilização e a solidariedade internacional por justiça e verdade tem sido incessante. 

Em um momento em que vivemos o luto e a luta da chacina praticada pela polícia em Osasco, em que jamais esqueceremos os Amarildos, os Douglas, as Cláudias e tantos outrxs, mostramos com essa ação que se no México e aqui o Estado prende, desaparece e mata os de baixo, também a nossa resistência não tem fronteiras.

Essa ação é a abertura da Semana de Lutas contra a Violência do Estado - Nenhum(a) a Menos, que contará com uma série de atividades ao longo da semana e se encerrará com uma manifestação em memória aos 23 anos do Massacre do Carandiru - o ato será dia 2 de outubro, às 17h no Largo São Francisco.


Sábado, 26 de setembro, ás 15h

Praça do Ciclista - Av. Paulista X Av. Consolação


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Cultura D'Quebrada



Cultura D'Quebrada


Dia 19 de Setembro das 13:00 às 21:00
Local : QG A CENA - Jundiapeba - Mogi das Cruzes 
Presidente Altino Arantes 1565
(A 100mt largo da feira) entrada franca 

Exibição do Documentário "Do Luto à Luta" com o Núcleo Áudiovisual Maria Lacerda. 
Bate papo com Mães de Maio , AMPARAR e Rede 2 de Outubro 

E mais: Batalha de MCs ( microfone aberto ) , Tempo Fechado , Revolucionários da Guerra , 380 A.C.S. , Única Chance , Max Flow e FD Manos , Marcos Favela , A C.E.N.A. MCs , Ktarse e Insurreição CGPP.

Maracatu e discotecagem com Dj Nanny.

Informação, Trocas, Rango Vegan e apoio mútuo. 

Contra o Genocídio do Povo Preto Pobre e Periféric

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Enchente de sangue em Franco da Rocha





Franco da Rocha é uma cidade que agrupa um número exorbitante de pessoas presas com as condições mais insalubres possíveis. Para adultos temos a Penitenciária I – Mario de Moura Albuquerque; Penitenciária II – Nilton Silva; Penitenciária III de Franco da Rocha; o Centro de Detenção Provisória Feminino; o Centro de Progressão Penitenciária de Franco da Rocha; o Hospital de Custódia I – Prof. André Teixeira Lima e o Hospital de Custódia II de Franco da Rocha. Quanto aos adolescentes, a cidade de Franco da Rocha encarcera em 5 unidades da Fundação CASA, sendo o CASA (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente) Franco da Rocha em uma extremidade da cidade e outras 4 unidades (CASA Novo Tempo, CASA Rio Negro, CASA Jacarandá e CASA Tapajós) localizadas em um grande complexo, que deveria ter sido desativado há quase 10 anos com as medidas de descentralização desenvolvidas na transição de FEBEM para Fundação CASA.
                Essas “cadeias” só aparecem na mídia quando ocorre alguma “rebelião”, normalmente televisionada pelos “datenas” e “rezendes” da vida, mostrando todo o “horror” que aqueles “criminosos” estão causando, mas pouco se mostra sobre as condições destas unidades prisionais, pouco se fala dos espancamentos diários, da superlotação, da alimentação, das doenças, da solidão.
                Assim, a Rede 2 de Outubro, um coletivo anticapitalista e abolicionista da cidade de São Paulo, que nasce em torno do não esquecimento do Massacre do Carandiru e atentando para os massacres diários nas unidades prisionais de adultos e adolescentes, em que alguns/algumas de seus/suas  integrantes já trabalharam nas “cadeias” de jovens e adultos da cidade de Franco da Rocha, escreve este material com o objetivo de sensibilizar a população da cidade sobre o que vem acontecendo nas “cadeias” de Franco.
                No dia 8 de junho de 2015 ocorreu uma “rebelião” na chamada CASA Rio Negro, localizada dentro do Complexo de Franco da Rocha, noticiada principalmente via televisão e por alguns sites na internet. Como dissemos anteriormente com uma visão geral e que também se aplica aqui, essas notícias anunciam somente o que ocorre neste “tumulto” e não as condições e as dinâmicas de funcionamento das unidades da Fundação CASA; desta forma, gostaríamos de apontar algumas situações que vivenciamos dentro das unidades e também apontamentos de jovens que passaram pelo CASA Rio Negro e pelas outras unidades prisionais de Franco da Rocha durante os anos de 2012, 2013, 2014 e 2015.
                Entre as 5 unidades de atendimento socioeducativo de Franco da Rocha, talvez a mais “sangrenta” seja o CASA Franco da Rocha. Durante este período retratado, temos relatos de diversos espancamento aos jovens nesta unidade, de pessoas responsáveis pela segurança de lá ameaçarem familiares, de funcionários falarem para adolescentes que vão abusar sexualmente de seus parentes, de funcionários da segurança ameaçarem professores/as durante as aulas e de seguirem estas/es mesmos/as educadores/as até o ponto de ônibus, ameaçando-os/as a todo momento. Nesta unidade também há narrativas sobre adolescentes terem perdido partes dos dedos presos em portas da unidade, ameaças de estupros de funcionários com jovens e até de um adolescente que foi queimado em seu quarto, cujos funcionários alegavam que foram outros jovens que fizeram isto. Além de toda esta barbárie, o CASA Franco da Rocha também foi conhecido em 2013 por ser uma unidade que proibia a entrada do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) no centro e que também anotava o nome de todos os livros que os/as professores/as traziam, inclusive avaliando qual teria autorização para entrar e qual não.
                Dentro das 4 outras unidades localizadas no Complexo, a situação não é muito diferente. O CASA Jacarandá é conhecido por ter um Diretor que agride os adolescentes com suas próprias mãos e que depois vem oferecer doces aos jovens em troca de silêncio; há relatos de agressões realizadas por funcionários contra os jovens e também de violências sexuais de funcionários com adolescentes em um “apêndice” da Jacarandá que é conhecido como “casinha”, local que agrupa adolescentes com menor estatura e mais novos e também aqueles que cometeram algum delito que, por consequência deste, não “podem” conviver com outros jovens, como casos de estupro. A unidade entra em uma lógica onde os adolescentes “pagam na mesma moeda” do ato infracional que cometeu. O CASA Tapajós é também uma unidade que ao longo desses anos é marcada por casos de agressões de funcionários a adolescentes. Outra questão da unidade é sobre sua estrutura - há relato de jovens que ficaram um bom tempo dormindo em “valete” e até mesmo no chão.  O CASA Novo Tempo é considerado uma unidade “modelo”, pois possui normas disciplinares rígidas e controladoras,  as quais delimitam cada passo, cada respiro do adolescente. É considerada pelos adolescentes como uma unidade que “aboba” a pessoa, por adotar atividades infantis com os jovens; é considerada por educadoras/es como uma unidade que proíbe discussões, onde não se pode pensar além de conteúdos meramente técnicos. A Novo Tempo também é uma unidade em que já houve relatos de agressões de funcionários/as com jovens. Por fim - e não menos “sangrenta”- é o CASA Rio Negro, unidade que é marcada principalmente pelas agressões que dispensam aos seus jovens encarcerados, mas de forma mais velada, por exemplo agredindo jovens em locais do corpo que não estão expostos a terceiros e também pela frequente ameaça que seus funcionários fazem aos professoras/es e demais funcionários/as que não são da segurança, inclusive ameaçando estes/as do lado de fora da unidade. Há relatos de um adolescente que se declarou homossexual dentro da unidade e que foi espancado e colocado de “tranca”, nome dado à solitária (juridicamente cárcere privado), muito utilizada como estratégia nos centros da Fundação CASA.
                Estes são alguns relatos do que já vivenciamos e também de adolescentes que estiveram atrás das grades na cidade de Franco da Rocha.  Não acreditamos que estas unidades possam ser “humanizadas”, mudando de gestão, de funcionários, de nome. Acreditamos que diariamente em todas as unidades da Fundação CASA do Estado de São Paulo, ocorrem violações aos direitos humanos e que a única forma de evitar que isto aconteça é fazer com que estas unidades deixem de existir. Já está mais do que provado que não adianta mudar o nome de FEBEM para Fundação CASA, isto não muda o fato de encarcerar jovens, de tirar suas adolescências com o argumento do ato infracional, tendo em vista que eles são cometidos pela ausência do Estado em estruturar as necessidades básicas como saúde, educação, cultura aos jovens das periferias de São Paulo e de Franco da Rocha e também pela lógica do consumismo injetado agressivamente dia após dia, nos dizendo o que precisamos ter pra ficarmos finalmente satisfeitos.
O fim das prisões não se dará sem a luta pelo fim do capitalismo, um sistema que mói gente não só na esfera do trabalho, mas em todas as dimensões de nossa vida, até as mais íntimas. Por isso acreditamos que toda prisão é uma prisão política, porque a prisão cumpre o papel de punir e afastar as pessoas indesejáveis pro sistema. A função da prisão nunca foi a de reeducar, reinserir, ressocializar, senão de tornar o capitalismo mais bem-sucedido pra quem se beneficia dele.
Acreditamos que existam outros caminhos para resolver conflitos que não sejam aqueles aos quais estamos acostumados: as decisões de nossas vidas retiradas de nossas mãos e colocadas nas 'mãos do Estado' e nas algemas da polícia. Esses caminhos não estão prontos, mas serão mais legítimos quando pensados pelas pessoas que sofrem pela atuação desse mesmo Estado e da polícia, que sempre agiram perversa e violentamente para com as pessoas pobres, pretas e periféricas e assim e continuarão a agir.
                Através destas palavras pretendemos contar um pouco do que a mídia não nos conta sobre as unidades prisionais; almejamos sensibilizar o povo de Franco da Rocha que seus jovens são violentados de todas as formas nas unidades da Fundação CASA – e que eles vão sair com mais ódio do que quando entraram nas unidades, e este ódio retornará à sociedade da mesma forma que se aplica a eles dentro da Fundação CASA.  População de Franco da Rocha, fique atenta! A próxima enchente que acontecer na cidade será a do sangue dos jovens presos nas unidades da Fundação CASA.


REDE 2 DE OUTUBRO – CONTRA OS MASSACRES

PELO FIM DA FUNDAÇÃO CASA!


Junho/2015



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terça-feira, 30 de setembro de 2014

NOSSOS MORTOS TÊM VOZ: MEMÓRIA DE 22 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU

Dois de outubro de 1992: após uma pequena desavença entre presidiários do pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru se transformar em uma rebelião sem viés reivindicativo ou de fuga, cerca de três centenas de policiais militares invadem a Casa de Detenção do Carandiru e exterminam, a sangue frio, ao menos 111 homens desarmados e rendidos.


A antiga Casa de Detenção foi implodida e, no lugar onde a juventude negra foi massacrada durante décadas, foi erigido o sugestivo Parque da Juventude. A edificação de um parque para a juventude no lugar de uma prisão da juventude não significou, no entanto, qualquer alteração estrutural na política criminal do Estado.

Passados 22 anos, parte dos policiais foi condenada, mas os mandantes do massacre, Fleury e Pedro Campos, seguem intocáveis, ativos e tranquilos em seus respectivos ofícios...O sistema penal que tarda a responsabilizar os policiais envolvidos e livra os mandantes não apenas do Massacre do Carandiru, mas também de todos os demais massacres da nossa história, é o mesmo que serve de moinho de massacrar pobres, condenando, cotidianamente, centenas de jovens pretos e pobres a uma existência sempre sob ameaça de não resistir às condições degradantes dos presídios e fundações casa e aos assédios constantes de agentes prisionais, policiais e juízes, durante e após o cumprimento da pena.
O aprisionamento massivo da juventude negra e a conivência com mandantes e executores dos massacres não são devidos a falhas do sistema penal, mas sim ao seu perfeito funcionamento enquanto estrutura estatal das classes dominantes para gerir e conter as classes dominadas.

Desde o Massacre do Carandiru, nos dois lados dos muros, os massacres contra a juventude negra só fizeram crescer, com a escalada cada vez mais explosiva do encarceramento massivo e dos extermínios policiais.

Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 

O aprisionamento massivo da juventude negra e a conivência com mandantes e executores dos massacres não são devidos a falhas do sistema penal, mas sim ao seu perfeito funcionamento enquanto estrutura estatal das classes dominantes para gerir e conter as classes dominadas.
Desde o Massacre do Carandiru, nos dois lados dos muros, os massacres contra a juventude negra só fizeram crescer, com a escalada cada vez mais explosiva do encarceramento massivo e dos extermínios policiais.

Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 

Desde o Massacre do Carandiru, nos dois lados dos muros, os massacres contra a juventude negra só fizeram crescer, com a escalada cada vez mais explosiva do encarceramento massivo e dos extermínios policiais.
Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 

Aos massacres reais somam-se os massacres estruturais: as mesmas quebradas acossadas por balas, porretes e algemas são submetidas a um cotidiano de total descaso, em que falta tudo que é necessário para viver com um pingo de dignidade. 



Por essas razões, entendemos que a luta contra o Sistema Penal e contra o militarismo é parte inseparável das lutas populares: é da união das demais lutas sociais com a luta daquelas e daqueles que sofrem na pele a violência imposta pelo Estado e pelos ricos que será possível a gente construir outra sociedade, sem massacres, grades e explorações.

Nesse dia, diante desse quadro de terror contra as camadas populares que se reproduz por toda nossa história, relembramos os no mínimo 111 que tombaram em 2 de outubro de 1992 e as tantas outras pessoas violentadas pelas classes dominantes por meio do Estado. É dia também de celebrarmos a resistência daquelas e daqueles que sobrevivem aos massacres cotidianos e ainda encontram forças para lutar.



Pelo fim dos massacres e por uma vida sem grades, somos tod@s negr@s, pres@s, mulheres, indígenas, periféric@s, sem-tetos, sem-terras, trabalhador@s!

Contra o sistema penal, somos tod@s marginalizad@s!


ATO EM MEMÓRIA DOS 22 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU: 02.10.2014 [QUINTA-FEIRA]; CONCENTRAÇÃO ÀS 17HS, NA PRAÇA DA LUZ, EM FRENTE À PINACOTECA.




Organização:

Casa de Cultura Marginal 
Casa Mafalda
Coletivo DAR
Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica
Comitê Popular da Copa
Grupo Tortura Nunca Mais - SP
Instituto Práxis de Direitos Humanos
Mães de Maio
Movimento Moinho Vivo
Movimento Negro Unificado - MNU
Movimento Passe Livre - SP
Pastoral Carcerária
Perifatividade
Periferia Ativa
RAP Pânico Brutal
Rede 2 de Outubro
SAJU Cárcere - FD-USP