sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Nenhum/a a Menos - Semana de Lutas contra a Violência do Estado



Já se somam 27 o número de vítimas fatais de um dos piores massacres da história do Estado de São Paulo que ocorreu na noite de quinta-feira do dia 13 de agosto de 2015 em Osasco, Barueri e Itapevi. O caso ainda não foi solucionado mas as evidências levam a crer que os autores foram policiais, que teriam agido em resposta às mortes de um agente e de um guarda civil.

Não se trata de um caso isolado, como é frequente nas declarações de delegados e políticos de alto e baixo escalão, mas de uma prática cada vez mais frequente no Brasil.
Somente em maio de 2006, cerca de 500 jovens foram executados por grupos de extermínio, com forte suspeita de participação de Policiais Militares. Crimes que ainda não foram julgados e cujos autores continuam impunes. Somam-se os inúmeros assassinatos feitos quotidianamente nas quebradas e favelas do Brasil, residência de nossas Cláudias e Amarildos. São lugares onde os holofotes da grande mídia não chegam.

Mas o terrorismo de Estado não é monopólio brasileiro: no México, o desaparecimento de 43 estudantes da cidade de Ayotzinapa em 26 de setembro de 2014 foi resultado de uma ação orquestrada por uma aliança indistinguível de traficantes, policiais e políticos.
A violência, execução e tortura por parte daqueles que supostamente deveriam nos proteger ocorre com forte apoio de parte da população. Os crimes se tornam justiça aos olhos sanguinários daqueles que clamam por violência.

No 2 de outubro completam-se 23 anos do dia em que 111 presos do Carandiru foram executados pela Polícia Militar, numa ação que contou com o apoio do alto nível da direção nacional: criminosos de farda e de terno.

Atualmente, as cadeias já contam com mais de 500.000 pessoas. Em 1990, eram 90 mil. São jovens, pobres e pretos cujos direitos são sistematicamente violados e que agora também são alvos daqueles que querem lucrar com prisões privatizadas. Torturas e maus-tratos também atingem os adolescentes das unidades da Fundação Casa: os mesmos que agora tem o risco de sofrerem medidas ainda mais drásticas com a redução da maioridade penal.

Para efeitos de comparação, somente entre novembro de 2012 e outubro de 2013, foram 6.034 desaparecidas apenas no Rio de Janeiro, de acordo com o Instituto de Segurança Pública. Ao longo de toda a ditadura (1964-1985) foram 339 desaparecidos segundo o Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos.

Todos esses fatos expõem a maneira como parte da população é tratada pelo Estado.
Como carne pronta para o abate, sub-humanos cuja morte não vale nem uma nota no jornal.

Resta a grade, a vala ou a luta.


Por isso, chamamos todxs para compormos a “Semana de Lutas contra a Violência do Estado”, do dia 26 de setembro ao dia 2 de outubro.


nenhumamenos.milharal.org
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